Os erros jurídicos mais comuns cometidos por startups e como evitá-los

O ecossistema de startups brasileiro tem experimentado um crescimento extraordinário nos últimos anos, com milhares de empresas nascendo anualmente movidas pela inovação e pelo espírito empreendedor. 

No entanto, por trás do entusiasmo e da criatividade que caracterizam essas empresas, existe uma realidade complexa: a grande maioria dos empreendedores comete erros jurídicos fundamentais que podem comprometer seriamente o futuro de seus negócios.

A experiência mostra que muitas startups promissoras encontram obstáculos não por falhas em seus produtos ou modelos de negócio, mas por questões jurídicas mal resolvidas desde o início de suas operações. 

Portanto, neste artigo do Blog da GD Law vamos trazer alguns dos erros jurídicos mais comuns entre startups e quais são as formas de evitar com que esses erros comprometam todo o futuro da empresa.

A estruturação societária inadequada: o alicerce que pode ruir

O primeiro e talvez mais crítico erro jurídico que podemos observar entre as startups é a falta de planejamento na estruturação societária. 

Muitos empreendedores, ansiosos para começar suas operações, optam por estruturas jurídicas inadequadas para suas necessidades específicas ou, pior ainda, iniciam seus negócios de forma completamente informal.

A escolha da estrutura societária não é apenas uma formalidade burocrática. Trata-se de uma decisão estratégica, que impacta diretamente a capacidade da empresa de crescer, atrair investimentos e proteger os interesses dos sócios. 

Uma startup que pretende receber aportes de investidores institucionais, por exemplo, precisa estar estruturada como uma sociedade anônima ou uma sociedade limitada com características específicas que facilitem a entrada de novos sócios e a eventual saída através de um processo de venda ou abertura de capital.

Além disso, a ausência de um contrato social bem elaborado e acordos de sócios adequados pode gerar conflitos entre os fundadores. Questões como distribuição de equity, direitos de voto, cláusulas de vesting e procedimentos para resolução de disputas devem ser definidas desde o início.

Propriedade intelectual: protegendo o principal ativo da empresa

A proteção inadequada da propriedade intelectual pode ser considerada outro erro determinante para o fracasso de empresas. As startups, por sua natureza inovadora, geralmente têm na propriedade intelectual seu principal ativo. 

No entanto, muitas vezes por falta de conhecimento jurídico ou falta de um suporte adequado, empreendedores negligenciam essa questão na fase inicial do empreendimento.

A proteção da propriedade intelectual inclui desde o registro de marcas, a proteção de software através de direitos autorais, o registro de patentes, a implementação de políticas de confidencialidade e os contratos com funcionários, fornecedores e parceiros. 

Todo trabalho visa garantir que a propriedade intelectual desenvolvida no contexto da empresa permaneça sob seu controle.

Sem os devidos cuidados, a propriedade intelectual pode permanecer vinculada às pessoas físicas e a terceiros, criando complicações significativas para futuras operações de investimento ou venda da empresa.

Questões trabalhistas: navegando pela complexidade da legislação brasileira

A legislação trabalhista brasileira é notoriamente complexa e as startups frequentemente tropeçam nessa área por desconhecimento ou tentativa de economizar custos no curto prazo. 

Sendo assim, um dos erros mais graves é a classificação inadequada de colaboradores. Seja através da “pejotização” irregular ou da contratação de pessoas como prestadores de serviços quando deveriam ser contratadas como empregados.

Essa prática, além de expor a empresa a passivos trabalhistas, pode criar problemas com a due diligence no momento de recebimento de investimentos A economia aparente no curto prazo pode se transformar em custos muito superiores no futuro, incluindo multas, juros e a necessidade de regularizar toda a situação trabalhista retroativamente.

Outro aspecto importante é a implementação de políticas adequadas de equity para funcionários, caso você queira oferecê-lo. Muitas startups desejam oferecer participação societária ou stock options para atrair e reter talentos, mas fazem isso sem considerar as implicações tributárias e trabalhistas dessas práticas no Brasil.

Conformidade regulatória: entendendo o ambiente normativo do setor

Cada setor possui suas particularidades regulatórias. Empresas de tecnologia financeira (fintechs), por exemplo, precisam navegar pelas regulamentações do Banco Central, assim como startups de saúde devem considerar as normas da ANVISA.

A LGPD, em particular, representa um desafio significativo para muitas startups, especialmente aquelas que coletam e processam grandes volumes de dados pessoais. 

A implementação adequada de políticas de privacidade, procedimentos de consentimento e medidas de segurança não é apenas uma exigência legal, mas também um diferencial competitivo importante no mercado atual.

Contratos mal estruturados: as fundações instáveis dos relacionamentos comerciais

Contratos mal redigidos ou inadequados para a realidade da empresa podem gerar uma série de problemas, desde disputas comerciais até a perda de propriedade intelectual ou a assunção de responsabilidades excessivas.

Termos de uso e políticas de privacidade para plataformas digitais, contratos de desenvolvimento de software, acordos de parceria e contratos com prestadores de serviços críticos devem ser cuidadosamente elaborados para proteger os interesses da startup.

O valor da assessoria jurídica preventiva

Todos esses erros que mencionamos têm uma característica em comum: são muito mais fáceis e baratos de prevenir do que corrigir posteriormente. 

Sendo assim, a assessoria jurídica preventiva, implementada desde os primeiros passos da startup, não é um custo, mas sim um investimento estratégico na sustentabilidade e crescimento da empresa.

Um advogado especializado em startups e suas operações específicas não apenas ajuda a evitar os erros mencionados, mas também atua como um parceiro estratégico, oferecendo insights sobre melhores práticas do mercado.

Além disso, uma assessoria jurídica adequada também agrega valor tangível nos processos de captação de recursos. Uma vez que investidores institucionais valorizam empresas com estruturas jurídicas sólidas e conformidade regulatória adequada. 

Ademais, uma due diligence legal limpa pode ser o diferencial que permite à startup fechar uma rodada de investimento em condições mais favoráveis.

Construído sobre fundações sólidas

O sucesso de uma startup depende de inúmeros fatores, mas uma estrutura jurídica sólida é certamente um dos pilares fundamentais. Os erros jurídicos mencionados neste artigo são evitáveis, mas requerem atenção e investimento adequado desde o início da jornada empreendedora.

A escolha de trabalhar com uma assessoria jurídica especializada em startups representa muito mais do que a simples conformidade legal. 

É uma decisão estratégica que pode determinar a diferença entre uma empresa que cresce de forma sustentável e uma que encontra obstáculos intransponíveis no caminho do sucesso. Em um ambiente competitivo como o ecossistema de startups, essa diferença pode ser decisiva para o destino da empresa.

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Compromisso com o futuro das empresas, das pessoas e do Brasil.

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